Robert Morris se declara culpado por abuso infantil

Ex-líder da Gateway, Morris, aceitou acordo: seis meses de prisão, 10 anos suspensos, pagamento de US$270 mil e registro como agressor sexual por toda a vida

Robert Morris, fundador da Gateway Church em Southlake, Texas, — uma das maiores megachurches da região de Dallas–Fort Worth — se declarou culpado nesta quinta-feira (2 de outubro de 2025) por cinco acusações de atos lascivos contra criança, relativas a abusos ocorridos na década de 1980. Ele aceitou um acordo que prevê seis meses de prisão, uma sentença suspensa de 10 anos, o pagamento de US$270.000 à vítima e a obrigação de se registrar como agressor sexual pelo resto da vida.

O que aconteceu (resumo cronológico)

  • As acusações públicas contra Morris vieram à tona em junho de 2024, quando Cindy Clemishire afirmou que o abuso começou em 25 de dezembro de 1982, quando ela tinha 12 anos, e se estendeu até 1987.
  • Morris deixou o cargo de pastor sênior da Gateway quatro dias após as alegações se tornarem públicas. A igreja, fundada por ele em 2000, tem vários campi na região de DFW e passou por forte queda de frequência e doações desde então.
  • Em março de 2025 Morris foi indiciado em Oklahoma e se entregou às autoridades em 17 de março; o processo criminal avançou até o acordo formalizado no tribunal de Osage County em 2 de outubro de 2025.

Sobre a vítima e o depoimento

Clemishire fez uma declaração de vítima durante a audiência. Ela disse que carregou a culpa e a vergonha por décadas e descreveu o impacto profundo que o abuso teve em sua vida. Em corte, ela afirmou: “Eu não sou uma vítima; sou uma sobrevivente”. O texto do depoimento e a reação da família foram parte importante do processo que resultou no acordo.

Por que foi possível processar crimes da década de 1980

Especialistas citados pela imprensa apontavam que estatutos de limitações poderiam barrar processos tão antigos. Ainda assim, o procurador-geral de Oklahoma citou uma lei antiga do estado — formulada quando partes de Oklahoma eram território indígena — que pode permitir que casos sejam processados mesmo décadas depois, quando o acusado cometeu atos fora do estado ou voltou a estar dentro da jurisdição. Essa interpretação foi usada para levar o caso a julgamento.

Consequências para a Gateway e movimentações legais

Desde as revelações, a Gateway enfrentou demissão em massa de líderes e queda considerável no número de fiéis e nas doações. A igreja também passou por demissões e enxugamento de equipe devido à redução nas receitas. Além do processo criminal, Clemishire abriu ação civil contra Morris e contra líderes da Gateway, alegando difamação; há ainda outras disputas judiciais relacionadas ao uso de dízimos e a pagamentos reclamados por Morris. O contexto interno da igreja passou por uma “revisão cultural” após as denúncias.

O que o acordo prevê (detalhes)

No acordo aceito em 2 de outubro de 2025:

  • Morris se declarou culpado de cinco acusações de atos lascivos contra criança;
  • Pegou seis meses de prisão a cumprir, além de uma sentença suspensa de 10 anos;
  • Concordou em pagar US$270.000 à vítima;
  • Ficará obrigado a se registrar como agressor sexual por toda a vida. Após a leitura dos termos em juízo, Morris foi algemado e levado à custódia.

Reações públicas e políticas

Autoridades estaduais classificaram o caso como particularmente grave por envolver um líder religioso que, segundo o procurador, “explorou uma posição de confiança e autoridade”. Legisladores locais que apoiam mudanças nas leis sobre acordos e NDAs acompanharam o julgamento; alguns também se envolveram na atuação civil em defesa da vítima.

Morris

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